Apis mellifera
Da família dos
himenópteros e apídeos.
As abelhas são
insetos sociais que vivem em colónias. A sua origem remonta há 40 mil anos.
A exploração das
abelhas surgiu em 2400 a.C. sendo os egípcios e os gregos, povos que
desenvolveram as primeiras técnicas de apicultura as quais foram aperfeiçoadas
no final do século XVI. O funcionamento
das colmeias é de elevada organização. Estes insetos são muito trabalhadores e
disciplinados. Existem 3 tipos de abelhas: sociais, solitárias e parasitas.
Sociais - são as que vivem em colmeias, enxames, onde há uma clara
divisão do trabalho e a separação de “castas” (rainha, zangões e operárias);
Solitárias - vivem sozinhas e morrem cedo. Os seus ninhos estão
habitualmente no chão, em frestas de pedras, árvores, madeira podre ou ninhos
de outros animais que estejam abandonados. As fêmeas fecundadas preparam as
células onde vão colocar os ovos com alimento por si produzido, colocam os
ovos, fecham as células e o ninho e abandonam o mesmo. Parasitas – vivem dependentes de outras abelhas. Alimentam-se do que as outras produzem e armazenam. Geralmente invadem os ninhos e colocam os seus ovos para outros cuidarem. Nalguns casos passam a viver com abelhas hospedeiras podendo até desenvolver algum trabalho.
Outras abelhas parasitas (abelhas limão) constroem os seus ninhos com materiais de outros ninhos.
Tipologia das Abelhas
Rainha
A rainha tem um
papel fundamental numa colmeia, é a ela que cabe a função de coordenar o
trabalho de todas e a própria reprodução da espécie. Facilmente se consegue distinguir a rainha das restantes abelhas dado o seu tamanho das operárias. Numa colmeia podem existir milhares de abelhas, mas existe apenas uma rainha.
O período médio
de vida de uma Rainha é de cerca de 5 anos. É a única forma que se encontra
ativa para reprodução. A coordenação da colmeia é feita através das feromonas
que libertam das mandibulas. Este sinal químico “dá ordens” às restantes
abelhas. É também esta hormona que impede que as restantes abelhas amadureçam
os seus órgãos sexuais e se tornem rainhas. É por isso que numa colmeia só
existe uma rainha. É uma operária que amadureceu e se tornou rainha e é a única
que se pode reproduzir.
Para que nasça
uma rainha, a rainha mãe coloca um ovo numa célula especial que é construída
pelas operárias – célula rainha. Este é considerado um local especial, pois é
aqui que está a ser criada a futura rainha. Enquanto larva é alimentada pelas operárias
com geleia real, rica em proteínas, vitaminas e hormonas sexuais. É considerado
um superalimento que a transforma numa rainha. A geleia é o único e exclusivo
alimento da abelha rainha ao longo de toda a sua vida.
São necessários
15 dias para a nova rainha nascer. Quando nasce recebe toda a atenção por parte
das operárias, que procuram garantir a sua alimentação e bem-estar. Á medida
que se sente forte, faz um voo para reconhecer a colmeia enquanto se prepara
para ser fecundada pelos zangões.
A Rainha escolhe
dias ensolarados e com pouco vento para a realização do voo nupcial.
Durante o voo a
rainha, cerca de 10 zangões consumam o ato. Em seguida os zangões morrem dado
que os seus órgãos genitais ficam presos na rainha. Esta continuará a copular
os zangões necessários para preencher o seu recetáculo.
A rainha faz
apenas um único voo. Ela sairá da colmeia se o enxame mudar de local e ela
necessitar de colocar mais um ovo de uma nova rainha. Ela não voltará a copular,
todo o esperma que é recolhido permitirá que seja fecundada ao longo da sua
vida, nesta fase, a Rainha fica hermafrodita. Quando volta para a colmeia é alimentada e cuidada pelas operárias, se por alguma razão a rainha morrer a colmeia não terá futuro.
De uma forma
resumida a função da rainha é colocar ovos para a formação de novas operárias e
libertar hormonas para coordenar e orientar a colmeia.
Existe uma
rainha, cerca de 5000 a 100.000 abelhas operárias e 0 a 400 zangões.
A rainha mantem
a ordem social da colmeia. A larva rainha é criada num alvéolo especial, maior do que o das abelhas operárias e zangões, com um formato cilíndrico denominado alvéolo real.
Apenas a rainha é capaz de produzir ovos fertilizados que originam as operárias ou novas rainhas e ovos não fertilizados que dão origem aos zangões.
Em situações
especiais, as operárias também produzem ovos não fertilizados que originam
zangões.
A rainha tem a
capacidade de produzir 2500 a 3000 ovos por dia em condições de abundância de
alimento. É ainda acompanhada por 5 a 10 abelhas operárias que têm como
objetivo alimentá-la e limpá-la. As operárias ao aproximarem-se recebem
feromonas e passam a outras. Quando a rainha morre as operárias escolhem ovos dos últimos 3 dias e destroem as restantes. A primeira rainha a nascer vai competir com as que nasceram ao mesmo tempo até que uma sobrevive.
A rainha velha pode continuar a viver na colmeia até a sua morte ou a rainha nova mata a mais velha.
O voo nupcial ocorre de 5 a 7 dias após o seu nascimento. A fecundação ocorre na área onde se encontram os zangões.
Zangão
A função do
zangão é fecundar a abelha rainha virgem e a estabilização da temperatura da
colmeia
Existem apenas
os zangões como machos na colmeia, não têm ferrão e nasce dos ovos fecundados e
depositados pela rainha num alvéolo maior do que os das abelhas operárias.
Os zangões
nascem 24 horas após o ovo ter sido colocado, após 12 horas atingem a
maturidade. O tempo de vida ronda os 80 a 90 dias. Os zangões estão dependentes
das abelhas operárias que os alimentam. Quando há escassez de alimentos, em
especial nos períodos de outono e inverno, os zangões acabam por morrer à fome
e ao frio.
Não têm órgãos
que lhe permitam atacar/defenderem-se ou trabalhar, os zangões têm a capacidade
de detetar as rainhas virgens a 10km. Os zangões agrupam-se perto das colmeias ficando aí à espera das abelhas rainhas. Quando surgem, todos partem para alcança-la, copulam em pleno voo, os quais ocorrem por norma a 11 metros de altura e são cerca de 8 a 10 zangões que conseguem copular com a rainha. Logo após a cópula, o zangão morre ao perder os seus órgãos sexuais.
São as abelhas
operárias que alimentam os zangões, rainha e as larvas por nascer, e cuidam da
família, e produzem cera que é essencial para construir os favos.
As abelhas
operárias procuram manter a temperatura da colmeia estável entre os 33 e os 36
graus no interior da colmeia. São também produtoras do mel que é o alimento de
toda a colmeia. Procuram aquecer as larvas com o seu próprio corpo.
As abelhas
nascem após 21 dias da colocação de ovos. Podem viver até 6 meses quando não há
muita atividade na colmeia. O seu ciclo de vida é de cerca de 60 dias. A sua
vida é curta mas muito intensa. A sua atividade começa logo após o nascimento. A
partir do 4.º dia até ao 14º dia começa a alimentar as larvas e a sua rainha,
com a substância que o seu estômago produz da ingestão de mel, pólen e água.
Com o nascer das glândulas hiofaríngeas as abelhas são produtoras de geleia
real o que permite alimentar a rainha, o seu único alimento.
Ao 9.º dia estão
desenvolvidas as glândulas cerígenas que permitem a produção de cera que
permitem a construção dos favos e paredes da colmeia e fecham as células que
tem mel maduro ou larvas. Para além de todo o trabalho as abelhas produzem
ainda mel, tendo por base a recolha do néctar fora das colmeias feito por
outras abelhas.
Ao 21.º dia de
vida as operárias saem dos seus trabalhos dentro da colmeia e dedicam-se à
recolha de água, néctar, pólen e resinas vegetais e à defesa da sua colónia.
Esta é a última
fase das abelhas operárias.
Estas abelhas
não se conseguem reproduzir, têm um aparelho bucal e partes especializadas para
a colheita de pólen e o néctar das flores. Possuem ainda glândulas que produzem
geleia real, alimento que será oferecido a todas as larvas que depois quando se
transformam em operárias e zangões passam a ser alimentadas por mel ou pólen,
as larvas que se irão transformar rainhas continuam a ser alimentadas por
geleia real.
Anatomia das Abelhas
Cabeça, tórax e abdómen
Na cabeça encontram-se os órgãos
sensoriais que lhe permite tomarem conhecimento do que a rodeia. São os seus
olhos grandes que as orientam ao longo de todo o voo e distinguir as cores das
flores.
As suas antenas possuem
sentidos de audição, de olfato e tato muito úteis quando se encontram na
colmeia. Através do cheiro, as abelhas têm a capacidade de reconhecer os seus
inimigos.
É também na
cabeça, que está localizado o seu sistema visual composto por 3 olhos simples
situados na parte de cima e dois olhos compostos localizados nas laterais da
cabeça que lhes permitem observar a longas distâncias e com vários detalhes. Também
aqui se encontram 3 glândulas mandibulares que são responsáveis por dissolverem
a cera e processar a geleia real que alimenta a Rainha e as hiofaríngeas que
funcionam do 5.º ao 12.º dia de vida das operárias e transformam o alimento em
geleia real.
Os sacos aéreos
e o aparelho bucal que estão ligados ao abdómen.
O Tórax é formado por 3 segmentos:
protórax; mesotórax e metatórax.
No tórax estão
localizadas as patas e as asas, bem como os respiratórios. As diferentes patas
têm diversas funções, que passam pela limpeza das asas, antenas, língua e
mandibula, retirada de pólen e de partículas de cera.
Abdómen
Aqui está
localizada a vesícula melífera (que transforma o néctar em mel) é também aqui
que é transportada a água para a colmeia. Para além da vesícula, no abdómen
também se localiza o estomago, o intestino delgado, as glândulas (responsáveis
pela produção de cera), os órgãos respiratórios, e os órgãos específicos das
rainhas e zangões.
No abdómen dos
zangões está o órgão reprodutor (par de testículos, duas glândulas de muco e o
pénis).
No extremo do
abdómen está o ferrão. No caso das rainhas o ferrão tem apenas uma função de
orientação, para poder localizar os alvéolos onde pode colocar os ovos. Tem
ainda uma função de defesa quando em presença de outra rainha.
Ao contrario das
abelhas operárias, que ao ferrarem perdem o ferrão e os seus órgãos e morrem em
seguida, a abelha rainha não perde o seu ferrão porque o mesmo é liso.
É no abdómen que
se encontram o coração e os vasos sanguíneos (sangue das abelhas é frio e
incolor).
O que
as abelhas produzem
As abelhas
produzem mel, pólen, cera, geleia real, própolis e o próprio veneno.
Mel - Alimento doce com várias
proteínas e minerais, com várias propriedades medicinais.
Pólen - muito rico em proteínas,
vitaminas e hormonas de crescimento engloba todos os elementos essenciais à
vida dos organismos vivos. Até aos dias de hoje o homem ainda não conseguiu
reproduzir um alimento com tais características. Ainda que seja muito rico em
vitaminas e proteínas ainda não é utilizado para fins medicinais. Contudo
várias investigações referem as suas propriedades enquanto:
- Fortificante e
fortalecedor do organismo;
- Descongestionante
dos rins, próstata e fígado;
- Melhora a
pele;
- Estimulante do
pâncreas, combatendo assim os diabetes;
- Favorece a
virilidade;
- Melhoria no
funcionamento dos órgãos.
Geleia Real – é um produto natural
segregado pelas abelhas e contem imensas quantidades de proteínas, lípidos,
hidratos de carbono, vitaminas, hormonas, enzimas, substâncias minerais,
substâncias bio-catalizadoras que potenciam o processo de regeneração. Na
colmeia a geleia relar como objetivo alimentar as larvas de abelhas operárias
até ao 3.º dia de vida e das larvas dos zangões.
No entanto a
geleia real é conhecida como alimento da rainha, poder-se-á dizer que é devido
à geleia real que a Rainha é biologicamente maior do que as outras abelhas.
No uso pelos
humanos, a geleia real é vitalizadora e estimulante do organismo, aumenta o
apetite e tem um efeito anti-gripal.
As abelhas vivem
num sistema muito organizado e disciplinado. É um dos animais mais
trabalhadores, responsáveis não só por produtos riquíssimos, como pela
polinização.
Propólis - O própolis é composto por
resinas vegetais que as abelhas recolhem de algumas árvores, cera, pólen e
ácidos e gorduras, e que é posteriormente processado. É usado para desinfetar
os favos, paredes, vedar frestas e fixar peças nas colmeias, é a forma de
impermeabilizar a colmeia.
Tem um efeito
antibiótico e antisséptico com ação imunológica, anestésica, cicatrizante e anti-inflamatória.
Veneno das abelhas - Apitoxina é usado com sucesso no
tratamento de problemas de reumatismo, nevrites, ações cutâneas, doenças
oftálmicas, redução do colesterol e hipotensão. Pode ser usado em diferentes
formatos, pomadas, injeções, inalações. Contudo, há que realçar que ainda não
existem muitos estudos que confirmam os seus resultados.
Como as abelhas produzem o mel?
As abelhas
coletoras recolhem o néctar junto das plantas e flores que reservam no seu
estomago. Quando chegam à colmeia as abelhas transferem para as abelhas
engenheiras através da sucção. Posteriormente é colocado numa parte da colmeia
para armazenamento.
Apicultura
Consiste no
estudo das abelhas produtoras de mel e das suas técnicas de exploração para
benefício do homem. Aqui insere-se a criação de abelhas extração,
comercialização de mel, cera, geleia real e própolis.
As abelhas devem
ser criadas em locais onde há abundância de alimento. Conhecem-se práticas de
apicultura retratados em pinturas rupestres. Ao longo dos tempos, com
desenvolvimento da técnica a recolha de mel já não implica a destruição das
colmeias.
Hoje em dia já
são criadas colmeias artificiais que não prejudicam as abelhas quando é
extraído o mel.
São apenas
retirados os favos que possuem o mel maduro.
Depois é
colocado numa máquina para retirar o mel sem partir os favos.
O apiário é um
conjunto de colmeias que é colocado num determinado local, cuja evolução
depende de um conjunto de fatores externos do ambiente e do apicultor que
deverá ser cuidadoso.
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